Esportes


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Alguns jovens que fazem parte do projeto esporte.

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comunidade esportiva do Glicério fecha parceria com o esportes da FJB.
ONG Novo Glicério revelando novos talentos
Dona Eva, dirigente da Comunidade Esportiva Glicério, ainda lembra quando o menino surpreendeu a todos e ganhou um torneio de embaixadinhas: “O Marquinhos foi o melhor entre 800 meninos, muitos deles que treinavam em escolinhas de grandes times do estado”.
Hoje, Marcos Roberto de Oliveira deu um grande passo rumo a profissionalização: começou a treinar este mês no Itapoá, time de Santa Catarina recém criado para concorrer a primeira divisão do estado.
O sorriso de alegria no rosto de Dona Eva é o prêmio pelo sacrifício de tantos anos. No mesmo campeonato foi sugerido a ela mudar o nome do time. “Então o que é do Glicério é ruim, o que é bom não pode ser do Glicério”, ela se indignou. E com orgulho, manteve o nome e conquistou espaços através de patrocínios e o apadrinhamento de Dona Lu Alckmin, através do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo.
Hoje a ONG tem patrocínio da iniciativa privada e consegue atender cerca de 400 crianças, dos 7 aos 16 anos, com aulas todos os dias no campo montado no terreno doado pelo governo do estado. Segundo Eva, muitos dos alunos já começam a fazer treinamentos e testes em outros times profissionais. “Tem muito menino aqui que leva jeito para o esporte”, conta ela.
Mas o principal não precisa ser contado. É só observar aquelas crianças no treino, obedecendo ao professor, para entender a importância que essa atividade tem para elas. Anderson Rocha faz parte dos Atletas de Cristo e trabalha como voluntário na ONG recebendo apenas doações para viver. Teve que mudar de Barretos para o Glicério, pois morar na comunidade é obrigatório para todos que participam da ONG.
Não aceitamos doações em dinheiro, explica Eva. “Já recebemos ajuda de algumas empresas o que nos permite continuar. No entanto, são muitas crianças, muitos treinos, por isso, aceitamos doações de materiais esportivos, agasalhos para o professor e alguma ajuda de custo para ele também”, finaliza.
“Eu quero ser jogador do Corinthians”, revela Kenedy, enquanto devora o lanche e o suco que são oferecidos todas as tardes no intervalo dos treinos. “Antes eu só ficava trancado em casa, não tinha para onde ir, agora, venho aqui todos os dias”, completou. Kenedy treina há quase 2 anos.
“Tem criança que já estava no mundo do crime, outras que não paravam na escola”, explica Eva “eu via tanta criança nas ruas e foi isso que me motivou a criar o Novo Glicério”. Para fazer parte do time é preciso apresentar atestado de freqüência na escola e Dona Eva acompanha alguns deles pessoalmente.
“Perder a chance de treinar é tudo que eles não querem e isso os mantem na linha”, revela. “As professoras da escola falam que vão chamar a Tia Eva e eles se comportam. Para muitos desses meninos, a escola e o futebol, são a própria vida, a promessa de um futuro melhor”, se emociona a dirigente. “É a perspectiva de ter valor para a sociedade de ser melhor que a fama que o bairro tem. E eu acredito que essas crianças vão mudar o Glicério, por isso o nome da ONG: no futuro teremos um novo Glicério”, enfatiza.
A contratação de Marquinhos pode ser um bom começo para que os times profissionais olhem para os pequenos jogadores em busca de talentos. “Da orgulho ver que eles podem chegar aonde quiserem, é só terem oportunidade”. Palavra da “tia Eva”.
Uma história de coragem
Nascida em Catanduva em 1968, Eva Maria Alves veio para São Paulo para trabalhar em uma casa de família, mas acabou na rua. Com ajuda de uma senhora que a encontrou na rua e lhe deu emprego, Eva mudou sua vida. Hoje, tem casa, trabalho e três filhos, um deles adotivo, cuja mãe foi presa grávida e deu a luz na prisão.
Moradora do Glicério, Eva encontrou uma maneira de tirar as crianças da rua: formou um grupo para treinar futebol. Segundo ela, no campo, tanto o bacana quanto o malandro são iguais e aprendem a dividir o espaço, por isso o futebol pode ser mágico.
No começo ia a pé com cerca de 100 crianças ao Parque da Aclimação, para treinar. Contava com a boa vontade dos motoristas de ônibus para levar os meninos, aos poucos para os treinos. E esperava vagar o campo do parque, que também precisava ser de graça.
Hoje depois de muita luta, a ONG ganhou sede própria, com campo, vestiários, e em breve uma biblioteca, que Dona Eva está organizando para as crianças: é a Comunidade Esportiva Glicério, que promove cidadania para cerca de 400 crianças, todas as semana.
Parceria:
A tia Eva abriu o espaço para que a Força Jovem, faça os campeonatos , que serve como peneiras e assim descobrindo os talentos, hoje o espaço da comunidade conta com vestiários reformados, banheiros limpos, o campo é um puco maior que o Society, pode jogar até 8 jogadores na linha é de terra plainada, o clube tem os outros espaços disponíveis, como sala para realizar atividades de artes marciais, e ainda a tia Eva recebe lanches da secretaria que disponibiliza para os jovens e adolescentes que pratica as atividades. Ela ficou muito feliz quando fomos até o local solicitar o campo para realizar uma peneira especial para a formação da equipe oficial que vai disputar o campeonato paulista de futebol de campo que será realizado na cidade de Valinhos.